Tenho tanta pressa de avançar no tempo. Ao mesmo tempo em que caio nos braços acolhedores da minha infância. Ah, minhas lembranças ensolaradas da infância! A sombra fresca de uma árvore e, só esticando minha mão, meu espírito, consigo sentir os raios de sol. Sinto o cheiro de maresia e o vento passando pelo meu rosto, e meu corpo, de braços abertos, após percorrer o bambuzal. Alguma coisa de mim vai com o vento e se perde pelo mundo. Alguma coisa do mundo se perde em mim. Uma vírgula e letras .e palavras. Lembro de pessoas queridas. Movem-se graciosamente, com olhos sorridentes na minha direção. Eu não volto. Elas também não. Tudo se dissipa no ar.
Imagino a velhice e acho-a na infância. Me imagino sozinha. Mas extremamente satisfeita. Como na minha infância o tempo vai parar e o movimento continuará. Vai passar atrás da minha cadeira(de balanço?), sorrateiramente. Como clandestino o movimento se faz quieto e passa sem que eu perceba, mais uma vez. O silêncio do movimento fazendo-se discreto e a ausência do tempo serão ignorados e desconhecidos como no início, serei criança novamente.
Agora, de que importa? Se construo o agora é porque acredito que terá um depois e tive o presente de um antes. ‘Crescer’ é algo extremamente irritante e entediante que eu espero nunca ter o desgosto de provar. Ter maturidade! Para os virtuosos e prudentes. Para alcançarmos a maturidade abandonamos nosso estado de florescência. Interromper a exalação por todos os poros e começar a concentrar a doçura. Alguns cessam seu estado de florescência, porém, por ainda serem imaturos, acabam amargos. Frutos verdes. Saber concentrar sua doçura ao paladar dos bem-afortunados e oferecer suas melhores cores ao mundo são artes de tempo e sabedoria. Todos são frutos de diferentes qualidades e amadurecem em processos diferentes. Ai está a beleza da atualidade. Querer provar todos os perfumes e sabores que puder. Coletar sementes, misturar e plantar todas no meu pomar.
Sigo em frente, de costas. E para trás, de frente. Minha curiosidade pelo passado e saudade do futuro seguem comigo.
tic-tac tic-tac
sábado, 17 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
Subnick/Status- O que escrever?
Olá ser cibernético, hoje estarei ensinando você a escrever um nick que estará levando muitos ‘curti’ no face. Iêpi!
1-Uma palavra trágica:
Sangue, morte, doença, cinzas, tragédia
2-Um vício:
Gula, gozar, tragar, beber, consumir
3-Palavra qualquer que contraste.
Rosas, cadeira, espera, quadros, revista, manchete, virada, gume
Resultado:
Meu corpo cheio de álcool e sangue na minha garrafa.
Velas tragam a felicidade, o fogo está dominado.
Um gole na morte: gozando com a vida.
Frase melosa, é nóis:
As rosas não justificam todas as cinzas que você me trouxe.
Tchram! Agora é só correr para o abraço!
1-Uma palavra trágica:
Sangue, morte, doença, cinzas, tragédia
2-Um vício:
Gula, gozar, tragar, beber, consumir
3-Palavra qualquer que contraste.
Rosas, cadeira, espera, quadros, revista, manchete, virada, gume
Resultado:
Meu corpo cheio de álcool e sangue na minha garrafa.
Velas tragam a felicidade, o fogo está dominado.
Um gole na morte: gozando com a vida.
Frase melosa, é nóis:
As rosas não justificam todas as cinzas que você me trouxe.
Tchram! Agora é só correr para o abraço!
sábado, 5 de novembro de 2011
Jabuticabas
São sinfonias ininterruptas, seguem sua melodia sem necessidade de regente. Só surgem. Tocam nossos ouvidos suavemente, enfeitiçando. Somos hipnotizados pela doçura.
Olhos atentos e ternos nos acompanham. Só olhos... Estão em todos os lugares. Provocativos. Olhos que são provados, são sentidos, são aprovados. Olhos doces e vigilantes. Abundantes.
No começo estamos distantes, mas ligados pelo encanto. Na ponta das ramas, na ponta dos pés. Elevamos-nos, flutuamos. De repente os galhos, os braços, as copas, os abraços.
Sem tempo para suspiros. Sem tempo para cálculo. Podemos ter todos. Até nos satisfazer. Porém nunca saciar.
Chegam com o verão.
Beijos.
Olhos atentos e ternos nos acompanham. Só olhos... Estão em todos os lugares. Provocativos. Olhos que são provados, são sentidos, são aprovados. Olhos doces e vigilantes. Abundantes.
No começo estamos distantes, mas ligados pelo encanto. Na ponta das ramas, na ponta dos pés. Elevamos-nos, flutuamos. De repente os galhos, os braços, as copas, os abraços.
Sem tempo para suspiros. Sem tempo para cálculo. Podemos ter todos. Até nos satisfazer. Porém nunca saciar.
Chegam com o verão.
Beijos.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Aos românticos
Longe de mim
A profanação de seu sorriso
n’alma dos desavisados.
Mesmo assim
caio nos seus feitiços,
hipnotizado por teus olhos encantados
Ó vida! Que queres?
A morte pode vir me levar.
Dentro dos meus sonhos hereges
a divindade de tua presença é o mar
Onda que bate em desatino
leva para o infinito o inconsolado,
este moço afeminado,
que mela suas ceroulas.
Ó lágrima! Ó mel!
Choro pelas cebolas.
Os últimos românticos,
presenteio com cenouras.
Laura Saldanha
A profanação de seu sorriso
n’alma dos desavisados.
Mesmo assim
caio nos seus feitiços,
hipnotizado por teus olhos encantados
Ó vida! Que queres?
A morte pode vir me levar.
Dentro dos meus sonhos hereges
a divindade de tua presença é o mar
Onda que bate em desatino
leva para o infinito o inconsolado,
este moço afeminado,
que mela suas ceroulas.
Ó lágrima! Ó mel!
Choro pelas cebolas.
Os últimos românticos,
presenteio com cenouras.
Laura Saldanha
terça-feira, 6 de setembro de 2011
A revolução dos desnudos
Aceitamos as máscaras que botam em nossos rostos, somos: inteligentes, engraçados, superficiais, frios, fofos, bons, maus, cafajestes. Nós vestimos essa máscara como se ela fosse a verdade. E ela não é. Quando uma característica sua é usada para esconder todas as outras, ela é falsa. Ninguém tem só um lado. Somos profundos.
Mas nos acomodamos à essa mentira, fazemos dela nosso eu. Buscamos essa característica (boa ou ruim) como ideal. Assumimos a máscara e, pior, acreditamos nela. A máscara é nossa casca, nossa armadura, nos escondemos atrás dela todos os dias quando acordamos para enfrentar o mundo.
Mas a máscara pesa e nós esquecemos esse peso. A máscara pesa todos os sentimentos que esquecemos, todas as qualidades de dissimulamos, todos os defeitos que escondemos. A máscara também cobra seu preço.
O mundo não é fácil. Ele é complexo, imprevisível. Com nossa armadura enfrentamos o mundo, confiantes. Fazemos que o mundo é brincadeira. Fazemos dois mundos, o de dentro e o de fora. O mundo dentro da armadura é considerado muito importante. E o mundo de externo? Esse acontece, passa, mas não pode interferir no mundo-núcleo -a não ser que ele permita. O mundo de dentro é frágil, se protege do mundo externo, cria obstáculos, fortalece a casca, repele tudo: vento, sol e chuva. Tempestades no mundo de fora sopram uma leve brisa no mundo de dentro. Raios de sol e a luz das estrelas são refletidos e não chegam a crosta.
Nos acomodamos dentro de nossa casca e só saímos de lá quando sentimos muita segurança. São pessoas e lugares que nos tiram do nosso mundinho particular, por alguns instantes, e mostram como é maravilhoso o mundo de fora. Mostram-nos as cores da vida.
Muitas vezes, e isso sempre vai acontecer, quando estamos fora de nossa armadura, somos atingidos por uma ventania e elevamos no ar. Voamos para muito longe, passamos por temporais, nevadas e queimaduras de sol, e, quando voltamos para ao ponto zero, fugimos e nos trancamos em nossa casca. Não queremos sair de lá nunca mais. Fomos muito maltratados pelo mundo externo, o seu brilho pode ser interpretado como isca: isca para se perder no vendaval e nunca mais voltar.
Ficamos duros. E esse tempo que passamos confinados em nossa casca é de extrema importância: refletimos. Olhamos para nós mesmo, e não vemos saídas que não acabem em nós mesmos. Descobrimos quem realmente somos. É um labirinto sem saída. Algumas, tristes pupas, nunca mais saem da casca, não conseguem abandoná-la e seu espírito morre. Viram só um recipiente vazio. Mas outros, aqueles que souberam fazer uma reflexão e julgamento justos, têm a graça de provar a METAMORFOSE. Fazem da casca casulo e transformam-se. Caem no mundo.
Caem no mundo. Descobrem o mundo. Viram crianças novamente. Descobrem que ter sensibilidade não é ser fraco. Poder cair no mundo, aceitar todas suas modificações de peito aberto, é ser forte. Muito forte. Não se proteger atrás de armaduras e sim abraçar o mundo aceitando todos os seus espinhos, todas as suas inconstantes. Permitir-se. Fazer daquele que chamava-mos a pouco de ‘mundo-externo’ : ‘mundo-nosso’.
E mudar sempre. Aceitar a mudança. Por que somos assim: podemos ser atingidos pelo vento e levados para lugares distantes. Os tolos e fracos se trancam dentro de si mesmo e ficam a deriva, boiando no mundo exterior; e os sensíveis e fortes aceitam o mundo, fazem dele, todo, sua morada: sentem o vento como uma oportunidade de levantar voo.
Mas nos acomodamos à essa mentira, fazemos dela nosso eu. Buscamos essa característica (boa ou ruim) como ideal. Assumimos a máscara e, pior, acreditamos nela. A máscara é nossa casca, nossa armadura, nos escondemos atrás dela todos os dias quando acordamos para enfrentar o mundo.
Mas a máscara pesa e nós esquecemos esse peso. A máscara pesa todos os sentimentos que esquecemos, todas as qualidades de dissimulamos, todos os defeitos que escondemos. A máscara também cobra seu preço.
O mundo não é fácil. Ele é complexo, imprevisível. Com nossa armadura enfrentamos o mundo, confiantes. Fazemos que o mundo é brincadeira. Fazemos dois mundos, o de dentro e o de fora. O mundo dentro da armadura é considerado muito importante. E o mundo de externo? Esse acontece, passa, mas não pode interferir no mundo-núcleo -a não ser que ele permita. O mundo de dentro é frágil, se protege do mundo externo, cria obstáculos, fortalece a casca, repele tudo: vento, sol e chuva. Tempestades no mundo de fora sopram uma leve brisa no mundo de dentro. Raios de sol e a luz das estrelas são refletidos e não chegam a crosta.
Nos acomodamos dentro de nossa casca e só saímos de lá quando sentimos muita segurança. São pessoas e lugares que nos tiram do nosso mundinho particular, por alguns instantes, e mostram como é maravilhoso o mundo de fora. Mostram-nos as cores da vida.
Muitas vezes, e isso sempre vai acontecer, quando estamos fora de nossa armadura, somos atingidos por uma ventania e elevamos no ar. Voamos para muito longe, passamos por temporais, nevadas e queimaduras de sol, e, quando voltamos para ao ponto zero, fugimos e nos trancamos em nossa casca. Não queremos sair de lá nunca mais. Fomos muito maltratados pelo mundo externo, o seu brilho pode ser interpretado como isca: isca para se perder no vendaval e nunca mais voltar.
Ficamos duros. E esse tempo que passamos confinados em nossa casca é de extrema importância: refletimos. Olhamos para nós mesmo, e não vemos saídas que não acabem em nós mesmos. Descobrimos quem realmente somos. É um labirinto sem saída. Algumas, tristes pupas, nunca mais saem da casca, não conseguem abandoná-la e seu espírito morre. Viram só um recipiente vazio. Mas outros, aqueles que souberam fazer uma reflexão e julgamento justos, têm a graça de provar a METAMORFOSE. Fazem da casca casulo e transformam-se. Caem no mundo.
Caem no mundo. Descobrem o mundo. Viram crianças novamente. Descobrem que ter sensibilidade não é ser fraco. Poder cair no mundo, aceitar todas suas modificações de peito aberto, é ser forte. Muito forte. Não se proteger atrás de armaduras e sim abraçar o mundo aceitando todos os seus espinhos, todas as suas inconstantes. Permitir-se. Fazer daquele que chamava-mos a pouco de ‘mundo-externo’ : ‘mundo-nosso’.
E mudar sempre. Aceitar a mudança. Por que somos assim: podemos ser atingidos pelo vento e levados para lugares distantes. Os tolos e fracos se trancam dentro de si mesmo e ficam a deriva, boiando no mundo exterior; e os sensíveis e fortes aceitam o mundo, fazem dele, todo, sua morada: sentem o vento como uma oportunidade de levantar voo.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Laura
Campo com flores é a sua morada
Pernas para andar ela tem
Muitos a querem como namorada
Boca e nariz também
De castigo ela sempre esta
Assim como disposta a ajudar
Saudades dela, eu sempre sinto
Até quando estou dormindo
Esse poema bobo eu fiz
Pois com ela sou feliz
Joaquim Andrade
É estranho pensar em como minha vida é boa e como existem pessoas gostam de mim de verdade(muitas, tipo umas 3). Mesmo a quilômetros de distância, mesmo sem estar aqui. Obrigada por fazerem parte da minha vida.
Pernas para andar ela tem
Muitos a querem como namorada
Boca e nariz também
De castigo ela sempre esta
Assim como disposta a ajudar
Saudades dela, eu sempre sinto
Até quando estou dormindo
Esse poema bobo eu fiz
Pois com ela sou feliz
Joaquim Andrade
É estranho pensar em como minha vida é boa e como existem pessoas gostam de mim de verdade(muitas, tipo umas 3). Mesmo a quilômetros de distância, mesmo sem estar aqui. Obrigada por fazerem parte da minha vida.
domingo, 22 de maio de 2011
Sinto que devo calcular mais
Minha mente é uma metralhadora. Ela aponta, julga, defende, condena, parte, reparte, chantageia, rouba, presenteia, e minha mente, sim, é sarcástica. Ela, engraçado, é mais rápida que eu, enquanto ela já julgou, rotulou e despachou eu ainda estou tentando entender o início processo.
Inconstante.
Sabe como é seus próprios pensamentos tirando sarro de você? Não é ruim. Eu até acho que é um ponto positivo, faz com que eu veja claramente as coisas. Rir de si mesmo e julgar-se é bom. Contanto que você seja justo. Mas está é a parte mais difícil.
Pensei em metáforas, pensei em letras, pensei em mais pontos, vírgulas e parágrafos. Mas desisti. E ri.
Inconstante.
Sabe como é seus próprios pensamentos tirando sarro de você? Não é ruim. Eu até acho que é um ponto positivo, faz com que eu veja claramente as coisas. Rir de si mesmo e julgar-se é bom. Contanto que você seja justo. Mas está é a parte mais difícil.
Pensei em metáforas, pensei em letras, pensei em mais pontos, vírgulas e parágrafos. Mas desisti. E ri.