terça-feira, 15 de março de 2011

Mudei

"Eu sou muito superior a todos. Mesmo não demonstrando e não concordando, devo acreditar nessa
afirmação. É muito mais fácil conversar quando acredito que sou melhor que os outros. Assim funciona. Consigo aceitar os erros dos outros. Eles podem errar, não chegam aos meu pés, posso perdoá-los. Eu posso aceitar meus erros, eles erram muito mais, não podem me criticar e se criticarem, estão errados. Eu sou superior o bastante para ignorar. Para não dar credito. Para dar um gelo. Sou superior o bastante para ser falsa. Sou superior o bastante para me fazer de humilde. Sou superior o bastante para tratar bem quem não me conhece, quem me conhece e quem eu não gosto.
Eu tenho muitos amigos, não preciso agradar, sorrir, cumprimentar alguém que não me serve para nada."


Quando eu era criança, era muito tímida. E sou até hoje. Mas nos crescemos e devemos aprender a conversar, agradar, brincar. Devemos aprender a rir das piadas dos outros. A sorrir. E eu não tinha muitos amigos quando era criança. E hoje eu não tenho muitos amigos. E eu não ligo, nem nunca liguei para quantidade. Meus amigos são o máximo, e eles me completam. Cada um é uma face minha. Aprendo com eles todo dia, descubro eles em todas as conversas, todas as risadas e em todas, raras, lágrimas(estou fugindo do assunto, mas para todos os meus amigos: Eu amo vocês!Juro).
Voltando, eu era muito tímida. E quando começamos a crescer: a ir no supermercado comprar massa de tomate, e pedir informações para as pessoas, e ter de puxar o saco das pessoas de que esperamos alguma coisa, e ter de sei lá (!) que todos nós fazemos todos os dias. Eu tive de aprender a conversar e a sorrir.
Aos 13 anos fiquei muito preocupada: eu não sabia sorrir. Não é uma história triste. Só que eu não fazia questão de sorrir e para tirar fotos fazia caretas. E descobri que sorrir é importante, agrada a todos. Então pratiquei muito e hoje meu sorriso é um sorriso decente. Às vezes.
E a alguns anos aprendi a conversar. E é por isso o início do texto (que muitos devem achar um absurdo). Eu me convencia que era melhor que todos. Acreditava nisso e conseguia manter uma conversa normal. Se não fosse por esse discurso eu não conseguiria conversar com ninguém, tinha muita vergonha. As pessoas eram tão assustadoras. Elas não eram previsíveis. Elas podiam me fazer uma surpresa e como responder?! Como isso era assustador, como é assustador!
Esse discurso de superioridade era meu trunfo! Podia começar uma conversa normalmente. Isso sempre me funcionou e eu recomendo para pessoas tímidas como eu.

Mas eu mudei.

Mudei porque perdi o medo dos outros. Perdi o medo de eles me acharem ridícula por sorrir. E perdi o medo de que achassem que eu queria mais atenção ou amigos. Descobri que não era tão legal ser malvada e durona. Aprendi que os outros são muito valiosos, e que se eu tratar todos bem me sentirei muito melhor e querida. E os outros também, mesmo com algumas exceções, se sentiram mais queridos e isso é bom. Saber que fiz pouco, mas um pouquinho que melhorou um pouquinho o dia de alguém. Dei verdadeiro valor as pessoas: elas podem me confortar e me divertir mesmo não me conhecendo, só retribuindo um sorriso. Como elas são demais!
Sorrio por ter vontade de sorrir, abraço por vontade de abraçar, converso com vontade de conversar. E ainda sou tímida.
Tive de aprender que não é por uma pessoa ser idiota, ignorante, fresca, tosca, fria ou porque eu não gosto dela, que ela é inferior. Eu sempre soube, mas agora é mais fácil aceitar.
Aprendi que depois que conhecemos de verdade as pessoas, elas não são tão toscas como pensávamos. E que tosca e infeliz era eu que não sabia como gostar, ou como conviver com essa pessoa.
Eu não amo todas as pessoas. Eu não tento agradar a todos. E não sou zeen. E não sou falsa. E sei a diferença entre um querido conhecido e um amigo. E neste instante não consigo lembrar de ninguém que eu odeie ou seja tão miserável que me faça torcer o nariz. Me desculpem a decepção.

Depois de tudo isso, eu só queria dizer que pessoas felizes e sorridentes me deixam feliz. Então sorrio e tento transmitir minha alegria para os outros. Mesmo que nunca tenha visto na vida.Porque simpatia é um remédio milagroso no meu dia.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sejamos justos (pelo Dia das Mulheres)

Incrível como ser mulher virou sinônimo de ser melosa/romântica(como preferirem). Talvez a maioria das mulheres seja assim. Mas escolher ser mais racional e lógica não quer dizer ser menos feminina! Faz parte da personalidade de cada um. Tenho amigos que são muito, MUITO românticos, chega a grudar de tanto mel, isso significa que eles são mais femininos que eu?
Mulheres choram mais facilmente, e por isso são mais femininas? Erro. Meninos devem ser corajosos, fortes e não devem se assustar. Meninas devem expressar seus sentimentos, devem ser sensíveis. Como somos bobos.
Mulheres devem ser sensíveis? Eu discordo. Eu não preciso de nenhum príncipe para me defender, não preciso chorar antes de enfrentar meus problemas e eu não sou vítima. Ser sensível não é ser fraco e ser mulher não é ser sensível.


Mulheres devem se apaixonar mais facilmente? Mulheres são enganadas mais facilmente? O tempos estão mudando, o mundo está girando.
E não me venha falar que mulheres são mais verdadeiras. Quem pensa assim é muito doce, diria até meio bobo. Mulheres não são santificadas. Só porque elas foram tratadas com inferioridade e como o portal do pecado para o mundo por anos -se não até hoje-, não quer dizer que elas sejam santificadas. Sinto muito ter de informar isto.

Mulheres não são boazinhas, são humanas, a maioria.

Ser feminina? É querer ser tratada como princesa, é querer e gostar de ser carregada no colo, precisar é ter alguém para se proteger? É ter alguém para pensar por ela?
Estamos na era medieval?!
Ser feminina não significa ser feminista. Não significa ser superior. Não significa ser fraca.
As 'princesinhas' e 'rainhas' não são tão angelicais como vocês pensam.

O que significa ser mulher? Não descreva sua mãe, por favor.